ENTREVISTA: Pokey Chatman sobre o Brasil no Sul-Americano após derrota na final
Coordenadora técnica falou com o Beta Basket neste sábado
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Neste sábado, o Brasil enfrentou a Argentina na final do Campeonato Sul-Americano de Basquete Feminino e ficou com a medalha de prata após uma derrota amarga por 84 a 76 contra o seu vizinho continental. No entanto, apesar do revés, a presença do selecionado na decisão garantiu uma conquista ímpar à federação nesse ciclo olímpico visando os Jogos de 2028: uma vaga na AmeriCup.
No mesmo dia, o Beta Basket teve o privilégio de entrevistar a consultora técnica da seleção, Pokey Chatman, após o Seattle Storm x Phoenix Mercury que terminou com uma vitória dominante do time da casa (Seattle) por 90 a 66. Chatman é o braço direito da técnica Noelle Quinn no Storm.
Pokey foi extremamente solicita, e desde o nosso primeiro contato sobre o seu papel na seleção (entrevista exclusiva disponível no YouTube) tem se mostrado extremamente energizada para ajudar a o Brasil a alcançar o tão sonhado retorno à Copa do Mundo e às Olimpíadas.
Confira o papo abaixo, que conta com insights de Pokey Chatman sobre a técnica Bruna Rodrigues, sua comissão técnica e o futuro do time com a integração das atletas que estão na WNBA.
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Beta Basket: Você acompanhou o torneio? Gostou do que viu? Quais são suas impressões gerais?
Pokey Chatman: Minhas impressões gerais são de que estou entrando em algo, na minha opinião, como um novata, certo? E vendo o tanto de esforço que está sendo colocado nisso, ainda que do lado de fora, só observando, já dá pra perceber, da primeira rodada de jogos até a rodada final, que há uma certa continuidade. Você pode ver a confiança crescendo. E, assim, esses times mudam, mas é bom ver que houve consistência. Deu para ver o time ganhando momento, e é disso que precisamos agora.
BB: Quais são suas impressões sobre a técnica Bruna [Rodrigues]?
PC: Ela fez um trabalho excelente! Eu sei o quão difícil esse trabalho é. Tem jogadoras que chegaram agora, e elas não tiveram muito tempo de treino juntas. Tem estreantes, tem jogadoras jovens, algumas experimentando essa realidade já no palco principal, com muita coisa em jogo. Sendo assim, minha abordagem é sempre dar crédito à comissão técnica. E, claro, tudo começa com a técnica principal, aí a técnica confia nos assistentes e em todos os envolvidos. Então, a adesão ao sistema técnico obviamente está lá. Estou feliz por eles.
BB: Há um grande problema de turnovers (bolas perdidas) na seleção. Hoje na final foram 19 turnovers. No último jogo, vencemos a Venezuela por uma grande diferença, mas houve 20 turnovers. O que você acha que pode ser uma solução para isso?
PC: Acho que é uma questão de as jogadoras terem mais tempo juntas para se entrosar. Quando você olha bem, não há muito tempo de treino, então você está aprendendo e crescendo, se familiarizando uma com a outra já sob muita pressão. O lado positivo é que, apesar dessas perdas de bola, ainda conseguimos alcançar sucesso. Então, há uma base ali que mostra que os turnovers não estão acabando conosco. O que a gente tem que fazer é voltar e avaliar. Se houve 20 turnovers, quantos nós causamos? Quanto disso foi o nosso posicionamento em quadra? A partir disso, construímos.
BB: Manu [Oliveira] e Iza Nicoletti tiveram um torneio incrível. E agora temos a AmeriCup chegando, que provavelmente terá Kamilla [Cardoso], Damiris [Dantas] e Stephanie [Soares]. Como você acha que essas primeiras jogadoras vão se integrar com as nossas jogadoras da WNBA?
PC: Você pensa na experiência que as jogadoras da WNBA têm, e, claro, é apenas o primeiro ano da Kamilla, mas ela já tem muita experiência, porque é uma rookie que entrou em um time onde conseguiu minutos importantes com outras jogadoras, com outras veteranas. Ela vem de um programa universitário de alto nível, então acredito que haverá uma liderança imediata que ela vai assumir, e acho que a integração será tranquila.
BB: E agora, após o torneio? Você está animada para trabalhar mais de perto com a técnica e as jogadoras?
PC: A questão é que eu ainda estou um pouco de fora, observando. Temos muito pela frente agora, mas estou ansiosa para conhecer todas as pessoas envolvidas, não apenas as jogadoras, mas todos que fazem parte desse ciclo. Quer dizer, às vezes falamos apenas dos técnicos, mas também tem preparadores físicos, o pessoal no operacional... Para mim, eu sei o quanto isso é importante, porque acaba que nos tornamos uma unidade coesa, uma família jogo a jogo. Então, estou ansiosa para me atualizar, aprender o sistema, conhecer as jogadoras, e ajudá-las.